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Polícia Militar raciona até combustível e projeto das UPPs parou

A Secretaria de Segurança do Estado do Rio sofreu um corte de 32% no orçamento deste ano - perdeu R$ 2,2 bilhões dos R$ 7 bilhões previstos

Por Constança Rezende
Atualização:

RIO - A crise financeira que atinge o Estado do Rio também tem afetado a Polícia Militar. As patrulhas da corporação circulam com combustível racionado, os helicópteros pararam por falta de manutenção e os policiais estão com salários atrasados. Projeto pioneiro de combate à violência em favelas, a polícia de pacificação deixou de se expandir. Tão cedo as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) não terão novos postos.

A Secretaria de Segurança do Estado sofreu um corte de 32% no orçamento deste ano - perdeu R$ 2,2 bilhões dos R$ 7 bilhões previstos. Simultaneamente à crise, crescem os índices de violência. Segundo o Instituto de Segurança Pública (ISP), ligado à secretaria, em maio foram registrados 368 homicídios dolosos, acréscimo de 21 vítimas em relação ao mesmo mês do ano passado (6,1% de aumento).

Tão cedo as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) não terão novos postos Foto: WILTON JUNIOR/ESTAD?O

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Os roubos de rua aumentaram 42,9% em relação a maio de 2015 (6.975 em 2015; 9.968 em 2016). Os roubos de veículo também cresceram: 33,2% (de 2.451, em maio de 2015, para 3.265 em maio último).

Sem legado. Para o antropólogo Paulo Storani, ex-capitão do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), a crise financeira é agravante do aumento da violência. “A situação contribuiu para a piora do quadro, que já estava ruim. Se não há recursos para botar a estrutura necessária na Polícia Militar e para a Polícia Civil investigar, aumentam as oportunidades para os delitos. A possibilidade de a polícia ser ágil, de conduzir em flagrante um preso, é fundamental”, disse.

Storani acredita que a Olimpíada não deverá trazer nenhum legado para a segurança no Rio. “A sensação de segurança vai aumentar durante os Jogos Olímpicos, mas vejo com pessimismo o pós. Se investe em estrutura de consumo e, ao término, isso não existe mais”, afirmou. 

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