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'PMERJ Presente': ato de PMs usará frase citada em manifestações por Marielle

Policiais querem que esclarecimento de mortes de PMs receba o mesmo empenho da Polícia Civil que, acreditam, está sendo empregado nas investigações para se chegar aos assassinos de Marielle

Por Roberta Pennafort
Atualização:

RIO - Uma manifestação chamada por policiais militares está usando em sua convocação a frase "PMERJ Presente!", em alusão às palavras de ordemouvidas nas ruas nos atos em memória da vereadora Marielle Franco (PSOL), executada há uma semana

Eles desejam que o esclarecimento de mortes de policiais - 134 em 2017 - receba o mesmo empenho da Polícia Civil que, acreditam, está sendo empregado nas investigações para se chegar aos assassinos de Marielle, disse Nilton Silva, do grupo SOS Polícia, que está apoiando a manifestação.

Polícia Militar do RJ Foto: Wilton Júnior/Estadão

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"Você é PM? Tá cansado de maus tratos do Estado? Tá cansado de ver os colegas tombados e nada ser feito?", diz o chamado para o protesto, marcado para este domingo, 25, às 10 horas, na Praia de Copacabana.

A mensagem está circulando em redes sociais. A organização é da Associação Somos Todos Sangue Azul, criada por parentes de policiais, que cobra ações do Estado para evitar mais mortes e elucidar os crimes.

"Como teve o 'Marielle Presente!', criaram o 'PMERJ Presente!'. A gente está pedindo que haja investigação isonômica para todos os que morrem, não só políticos, juízes, desembargadores. Que os crimes contra PMs sejam investigados com a eficiência que está se buscando. Morreu uma pessoa da maneira como ela morreu, e os policiais estão morrendo também", disse Nilton Silva.

Os colegas das vítimas se ressentem do fato de as investigações não serem divulgadas nos casos de PMs mortos. "A gente não sabe quantos crimes foram desvendados, que marginais foram presos. Não se pode aceitar a morte de policiais, não pode ser banalizado. É uma ofensa ao Estado. A gente também é ser humano, tem família, quer a busca de uma resposta", afirmou.

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Marielle tinha 38 anos, estava em seu primeiro mandato na Câmara de Vereadores e foi executada a tiros dentro de seu carro na noite de quarta-feira, 14, ao sair de um encontro de mulheres negras. No atentado, também morreu seu motorista, Anderson Gomes.

Ela pautava seu mandato na defesa dos direitos humanos, com foco em mulheres, população negra, moradora de favela e LGBTs. A vereadora havia denunciado abusos cometidos por policiais militares em favelas como Acari e Maré, onde nascera, e era contra a intervenção federal na segurança do Rio.

As investigações ainda estão em andamento, conduzidas pela Delegacia de Homicídios da capital, e existem indícios de que sua atuação política motivou a execução. Ela não havia recebido ameaças, segundo parentes e colegas do PSOL. 

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