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Polícia do Rio evitou invasões anteriores à Cidade Alta, diz delegado

Comunidade é cobiçada por facções por estar perto de importantes vias para deslocamento de armas e drogas, como Dutra, Avenida Brasil e Linha Vermelha

Por Roberta Pennafort
Atualização:

RIO - As Polícias Civil e Militar do Rio de Janeiro conseguiram evitar "cinco ou seis" invasões à Cidade Alta, na zona norte da capital fluminense, do fim do ano passado para cá, disse nesta quarta-feira, 3, o diretor de Polícia Especializada, Marcelo Martins. O delegado afirmou que o setor de Inteligência recebeu informações sobre a movimentação de traficantes que queriam retomar os pontos de venda de drogas na comunidade nessas ocasiões e as repassou para o Estado Maior da Polícia Militar. Foram, então, desencadeadas operações de madrugada, capazes de coibir as ações planejadas pelos criminosos.

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"Esse trabalho não aparece quando (a invasão) está 100% abortada", disse Martins.

Segundo o delegado, a dinâmica dessas invasões é a seguinte: um grupo que perdeu o controle do território em questão planeja retomá-lo e reúne cerca de 50 ou mais comparsas armados de fuzis para surpreender os rivais. Antes, manda uma espécie de batedor. Esse traficante segue de motocicletaà comunidade para checar se as condições estão favoráveis para a invasão; ou seja, se não há presença da polícia. Quando as informações da inteligência são usadas, a PM se antecipa e este batedor volta aos cúmplices, que decidem cancelar a invasão. 

Mas, segundo ele, as informações não chegam detalhadas à polícia e, por isso, nem sempre é possível evitar a tomada da comunidade. O delegado explicou também que a Cidade Alta é cobiçada por traficantes por estar localizada em área estratégica, no entroncamento da Rodovia Presidente Dutra, às margens da Avenida Brasil e perto da Linha Vermelha. Ou seja, uma região com vias importantes que servem aos traficantes para o deslocamento de armas e drogas.

Polícia apreendeu 32 fuzis Foto: Fábio Motta/Estadão

Guerra entre facções. A favela foi invadida na noite de segunda-feira, 1º, por integrantes do Comando Vermelho (CV), que tentavam retomar do Terceiro Comando Puro (TCP) o controle da Cidade Alta. Houve intensa troca de tiros entre os criminosos e, na terça-feira, o Batalhão de Operações Especiais (Bope) e o Choque intervieram.

Os traficantes, então, determinaram uma série de ataques a veículos, interromperam o tráfego nas vias. Quarenta e cinco pessoas foram presas e 32 fuzis apreendidos.

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