Polícia prende 28 em operação contra o tráfico na Região dos Lagos

Ao todo, 39 pessoas foram indiciadas; grupo se abastecia de drogas e armas em áreas dominadas pelo CV

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Foto do author Marcio Dolzan
Por Clarissa Thomé e Marcio Dolzan
Atualização:

RIO - A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu 28 pessoas em uma megaoperação para desarticular uma quadrilha de tráfico de drogas que atuava em sete municípios da Região dos Lagos. O grupo se abastecia de drogas e armas em favelas da capital dominadas pelo Comando Vermelho (CV). A estimativa da polícia é de que o faturamento chegasse a R$ 1 milhão por mês.

Da esquerda para a direita, o delegado-assistente Gustavo Castro e o delegado Felipe Cury, titular da Delegacia de Combate às Drogas, apresentaram os resultados da Operação Metástase Foto: Fábio Motta/Estadão

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Ao todo, 39 pessoas foram indiciadas. A Justiça expediu mandado de prisão preventiva para 38 delas. Entre os indiciados, seis são mulheres, das quais três foram presas na ação desta terça-feira, 30. A investigação apontou que elas eram as responsáveis por fazer o transporte da droga a partir do Morro da Mangueira e das favelas Nova Holanda e Parque União.

A operação foi batizada de Metástase, e a investigação levou cerca de um ano para ser concluída. Nesta terça, cerca de 300 policiais civis e duas equipes da Força Nacional de Segurança trabalharam na ação. Ela começou simultaneamente nas cidades de Cabo Frio, Arraial do Cabo, Búzios, Maricá, Silva Jardim, Rio das Ostras e Conceição de Macabu. Não houve apreensão de armas nem drogas.

"Foi um trabalho de inteligência. Os investigados foram presos em suas residências, onde geralmente eles não deixam o produto do crime. É importante dizer também que não houve disparo de um único tiro", afirmou o delegado Felipe Cury, titular da Delegacia de Combate às Drogas (DCOD).

Entre os presos, alguns chegaram a ser detidos em flagrante ao longo da investigação, mas acabaram sendo soltos por causa da fragilidade das provas. Agora, a expectativa dos investigadores é de que eles permaneçam na cadeia.

"As provas são bastante robustas", disse Cury. "Eles respondem por tráfico de drogas e associação para o tráfico, com o agravante do uso de arma de fogo. As penas somadas para esses crimes passam de 30 anos de prisão."

O delegado-assistente Gustavo Castro, que trabalhou na operação desta terça, classificou a ação como "muito exitosa". "A gente não tem a ilusão de que irá acabar com o tráfico, mas com certeza foi um golpe bem duro", declarou.

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