Polícia mata mais em seis meses do governo Cabral

Número de mortos representa aumento de 25,38% em relação ao mesmo período do ano passado

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Por Felipe Werneck
Atualização:

A polícia do Rio matou pelo menos 652 pessoas em supostos confrontos de janeiro a junho deste ano. O número representa aumento de 25,38% em relação ao mesmo período do ano passado, quando 520 mortes receberam o registro de "auto de resistência". Foram 132 mortes a mais no período de 181 dias - ou 3,6 por dia. É o resultado da política de enfrentamento defendida desde a posse pelo governador Sérgio Cabral Filho (PMDB) e reiterada hoje: "Esse confronto é necessário para dar paz à população do Rio."   Veja também: Repórter do Estadão fala sobre ocupação no Complexo do Alemão   O número provavelmente será ainda maior, porque o balanço semestral divulgado na segunda-feira, 16, só incluiu as 100 delegacias que estão informatizadas, as chamadas delegacias legais, que concentram 60% dos dados do Estado. Os números consolidados, com os registros das outras 65 delegacias convencionais, ainda não foram contabilizados porque houve atraso no pagamento dos salários de digitadores, segundo o Instituto de Segurança Pública (ISP), responsável pelas estatísticas de criminalidade.   No semestre, os homicídios dolosos (intencionais) caíram 11,9%, de 3.210 para 2.828 casos. Também houve queda de 13,63% do total de veículos roubados (de 17.975 para 15.524) e de 12% dos furtados (de 11.275 para 9.920). Mas o roubo a pedestres aumentou 14,6% - de 22.192 para 25.442 casos. No mesmo período, 2.132 pessoas a menos foram presas em flagrante pela polícia: o total caiu de 9.051 para 6.919.   Os registros de extorsão foram os que tiveram a maior queda, de 863 para 547 (-36,6%). Também caíram os casos de atentado violento ao pudor, de 952 para 754 (-20,8%) e os de roubo a estabelecimento comercial, de 2.538 para 2.088 (-17,7%). Foi divulgado o número de policiais mortos em serviço, que caiu de 16 para 11 na comparação dos primeiros semestres de 2006 e 2007.

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