Policiais no Rio estão sendo mortos como galinhas, diz Pezão

Governador afirmou que as favelas são dominadas por fuzis e responsabilizou usuários por alimentar o comércio ilegal de drogas

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Por Fabio Grellet e Rio
Atualização:

Policiais no Rio de Janeiro estão sendo mortos “como galinhas”, afirmou nesta segunda-feira, 29, o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (MDB), no Palácio Guanabara, sede do governo estadual, emreunião com líderes comunitários e moradores da Rocinha. O emedebista lembrou que no ano passado 134 policiais foram assassinados, afirmou que as favelas são dominadas por fuzis e responsabilizou usuários por alimentar o comércio ilegal de drogas.

Policiais do Bope fazem operação na favela da Rocinha Foto: Mauro Pimentel/AFP

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"Uma série de pessoas fica questionando (a política de segurança) no asfalto, mas alimenta o tráfico de drogas. Isso é uma grande vergonha. Se tem guerra pelo comando é porque tem consumidor e dá dinheiro. (As favelas) São territórios dominados por fuzis. Eu quero que vocês me ajudem também, me deem o caminho", disse aos moradores da Rocinha, cenário de confrontos armados pelo controle do tráfico desde setembro do ano passado – os líderes foram reclamar da situação da comunidade. "Eu não quero botar Polícia lá trocando tiro o tempo inteiro. Eu só quero policial morto? No Rio ano passado foram 134, isso não é normal. Se mata (sic) Polícia aqui como se mata galinha. Isso não é normal".

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Pezão se comprometeu a debater formas de policiamento com a Secretaria de Segurança e se reunir novamente com os líderes comunitários daqui a 15 dias. Também reclamou do que considerou falta de policiamento nas estradas federais que cortam o Estado.

"Infelizmente o Rio é uma peneira porque é cercado de rodovias federais. Eu não posso patrulhar as rodovias e a Baía de Guanabara, e isso foi dando aqui dentro do Rio um verdadeiro arsenal. Não é normal ter numa comunidade 200 fuzis, na outra 300 fuzis, não dá. (...) Nós temos que fazer uma grande campanha pelo desarmamento", afirmou.

Nesta segunda-feira, até as 18h30, não haviam sido registrados tiroteios na favela.

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Prisão. Um homem acusado de participar da mais recente tentativa de invasão à favela da Rocinha, em 17 de setembro do ano passado, foi preso nesta segunda-feira enquanto trafegava por Ipanema, na mesma região, em um mototáxi. Lohan de Andrade Lima, conhecido como LH, seria comparsa de Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157, que liderava o tráfico na favela e foi atacado pelo grupo liderado por Antonio Bonfim Lopes, o Nem.

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Lima passava pela rua Barão da Torre na garupa de um mototaxista quando, na esquina com a Rua Farme de Amoedo, foi parado por policiais militares. Eles faziam uma blitz e suspeitaram da dupla. Os dois foram levados à 14ª DP (Leblon), onde a Polícia constatou que Lima tinha mandados de prisão em aberto por homicídio, tortura e tráfico de drogas e o prendeu. Ele não resistiu.

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Um homem foi baleado durante troca de tiros entre policiais militares e criminosos, na Cidade de Deus (zona oeste do Rio), na manhã desta segunda-feira. Ele sobreviveu e está internado no Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca (zona oeste), mas até as 18h30 não havia informações sobre seu estado de saúde.

Segundo a PM, policiais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) Cidade de Deus estavam patrulhando uma região conhecida como Apartamento, por volta das 8h30, quando se depararam com criminosos armados e teve início a troca de tiros. Nenhum PM se feriu e ninguém foi preso. Uma pistola foi apreendida.

No Morro da Providência, no Centro do Rio, também houve tiroteio na manhã desta segunda-feira. Segundo a PM, policiais da UPP local foram recebidos a tiros enquanto patrulhavam uma região conhecida como Pedra Lisa. Ninguém se feriu nem foi preso. Por medida de segurança, a linha 2 do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) não circulou entre 9h35 e 10h.

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