PUBLICIDADE

Policial militar acusado de agredir juíza em prisão no Rio é solto

O soldado Allan de Lima Monteiro estava detido após ser denunciado pelo MP por participação em morte de adolescente

Por Carina Bacelar
Atualização:

RIO - A Justiça concedeu liberdade ao soldado da Polícia Militar Allan de Lima Monteiro, um dos quatro acusados de tentar agredir a juíza Daniela Barbosa nas instalações do Batalhão Especial Prisional (BEP). O praça foi liberado do Presídio Bangu I, na zona oeste do Rio de Janeiro, na tarde desta terça-feira, 6. Ele foi transferido do BEP para Bangu como punição, depois de ser identificado pela magistrada como um dos autores da agressão. A defesa do soldado entrou com um habeas corpus, que foi concedido pela Sexta Câmara Criminal no último dia 3.

Monteiro estava preso por fraude processual desde julho. Na decisão, o desembargador Luiz Noronha Dantas, relator do processo, considera que "avulta os olhos a inequívoca ausência de homogeneidade entre condições prisionais, na exata medida em que a imputação não envolve infração penal com violência ou grave ameaça à pessoa".

O soldado Allan de Lima Monteiro foi transferido do Batalhão Especial Prisionalpara Bangu como punição, depois de ser identificado pela magistrada como um dos autores da agressão Foto: Fábio Motta/Estadão

PUBLICIDADE

Prisão. Monteiro estava preso após ser denunciado pelo Ministério Público Estadual por sua participação na morte de um adolescente de 15 anos na Favela da Palmeirinha, em Honório Gurgel, em fevereiro. Alan Souza de Lima estava brincando com amigos na comunidade quando foi fuzilado. Na ocasião, o jovem Chauam Jambre Cezário, de 17 anos, também foi atingido, mas se recuperou. O caso ganhou repercussão porque acabou sendo filmado pelo celular da própria vítima. 

Monteiro responde por fraude processual, ou seja, é acusado de ter ajudado a alterar a cena da morte de Alan. Já o autor dos disparos que mataram a vítima teria sido, segundo a investigação concluída pela Delegacia de Homicídios, o sargento Ricardo Vagner Gomes, então colega de Monteiro no 9º Batalhão (Rocha Miranda). 

O caso foi registrado inicialmente como auto de resistência e, segundo os inquéritos das polícias Militar e Civil, o soldado Monteiro, que estava no mesmo veículo que Gomes, ajudou o superior hierárquico a mentir e apresentar na delegacia do bairro uma pistola e um revólver, que disse estar com os jovens baleados.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.