Reitor quer 'módulos' na área vizinha ao museu para retomar aulas e pesquisa em 2019

Com estruturas pré-moldadas, universidade tentará retomar "vida acadêmica" no primeiro semestre do ano que vem. Reforma emergencial tentará manter estrutura da fachada

PUBLICIDADE

Foto do author Marco Antônio Carvalho
Por Marco Antônio Carvalho
Atualização:

SÃO PAULO - O reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Roberto Leher, pretende instalar módulos em uma área anexa ao Museu Nacional, visando a retomar, no começo de 2019, aulas e pesquisas que aconteciam no interior da unidade antes do incêndio. "É preciso iniciar uma recuperação da vida acadêmica", disse Leher ao Estado. Aliado à recuperação acadêmica, o reitor já discute junto aos ministérios da Educação e Cultura uma reforma emergencial do prédio e outras reformas estruturais e mais refinadas do interior, o que pode levar mais tempo.

Incêndio neste domingo destruiu o Museu Nacional Foto: FABIO MOTTA/ESTADÃO

PUBLICIDADE

Leher disse que o Ministério da Educação já sinalizou com verbas para realizar a proteção estrutural do que restou do incêndio, principalmente da fachada. "Vamos fazer um reforço, uma cobertura do telhado e acelerar a logística de análise do que ainda pode ser aproveitado. Tínhamos muito material relacionado à geologia, rochas, que estavam em armários e esperamos que tenha ocorrido alguma proteção", disse. 

Após a reforma emergencial, a reitoria prevê dois processos de licitação: um para a engenharia pesada de reconstrução da estrutura e outra, posterior, para a conclusão da edificação de maneira refinada, segundo explicou Leher. "Acredito que em 2020 possamos estar na segunda etapa, trabalhando em contato com o Iphan para o acabamento, que certamente é uma etapa muito mais complexa e cara", acrescentou.   

De forma concomitante a essas obras, a reitoria quer que para o início do semestre letivo de 2019 estejam montados módulos na área anexa ao museu. As estruturas pré-moldadas poderia receber aulas e pesquisa, com objetivo de retomar a "vida acadêmica" que era tocada no museu. A pós-gradução em Antropologia Social, lembrou Leher, tem nota 7 na Capes, considerada a nota de excelência. "Para que isso ocorra, precisamos continuar com todos os pesquisadores, é preciso infraestrutura. Há uma área anexa que não está sendo utilizada e queremos aproveitar para a logística dos laboratórios. Estamos trabalhando na liberação do terreno", disse Leher.  

O reitor atribuiu a incapacidade de investimento em segurança à restrição orçamentária imposta à universidade. Segundo ele, a maior parte das verbas repassadas ultimamente visavam ao custeio da unidade, para pagamento de contas de luz, por exemplo. Uma outra parte, que ele chamou de orçamento participativo, ficava sob uso discricionário do museu, mas que não era "suficiente para um sofisticado projeto anti-incêndio, como se fazia necessário". Para conseguir a verba para esse projeto, Leher contou ter contatado o BNDES, de onde havia obtido recentemente financiamento de R$ 21,7 milhões para obras estruturais no local. 

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.