Renascimento do Museu Nacional a partir das cinzas
Pesquisadores estão usando material do próprio incêndio para reconstruir peças em impressoras 3D
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Por Roberta Jansen
Atualização:
RIO - Pesquisadores do Museu Nacional estão usando as cinzas do próprio incêndio para reconstruir com impressoras 3D peças icônicas da coleção. O valor científico do que foi perdido, claro, não pode ser restaurado, mas, do ponto de vista simbólico, é um marco.
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O Museu Nacional mantém parceria com o laboratório do Instituto Nacional de Tecnologia desde 2002, por conta de um projeto de digitalização de obras raras da biblioteca.
“Posteriormente, surgiu a ideia de usar a tecnologia 3D na paleontologia, com os fósseis”, explicou o paleontólogo Sérgio Alex Azevedo, do Museu Nacional. “Tínhamos como base a tomografia computadorizada e podíamos, por exemplo, saber como era a cavidade encefálica de um dinossauro, ou o que havia dentro de um sarcófago.”
Incêndio no Museu Nacional completa um ano
1 / 7Incêndio no Museu Nacional completa um ano
Incêndio no Museu Nacional completa um ano
Algumas coleções foram completamente perdidas, como a que reunia 12 milhões de insetos. Os preciosos sarcófagos e múmias da coleção egípcia também for... Foto: WILTON JUNIOR / ESTADÃOMais
Incêndio no Museu Nacional completa um ano
Os trabalhos de garimpo nos escombros do incêndio seguem em ritmo acelerado: 50 salas já foram completamente limpas; restando agora apenas 15 a serem ... Foto: WILTON JUNIOR / ESTADÃOMais
Incêndio no Museu Nacional completa um ano
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Incêndio no Museu Nacional completa um ano
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Incêndio no Museu Nacional completa um ano
Os R$ 16 milhões liberados em caráter de emergência pelo governo federal após o incêndio já foram aplicados: aproximadamente R$ 1 milhão foram para a ... Foto: WILTON JUNIOR / ESTADÃOMais
Incêndio no Museu Nacional completa um ano
O telhado provisório já foi instalado, para proteger o prédio das intempéries Foto: WILTON JUNIOR / ESTADÃO
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Os trabalhos de garimpo nos escombros do incêndio seguem em ritmo acelerado: 50 salas já foram completamente limpas; restando agora apenas 15 a serem ... Foto: WILTON JUNIOR / ESTADÃOMais
Desde o incêndio, no entanto, o laboratório tem auxiliado no resgate das peças, identificação e reconstituição. “A gente já fazia modelos em 3D com objetivos científicos, de estudar, por exemplo, o modelo, em vez de usar a peça original”, explicou Azevedo. “Hoje, por exemplo, temos modelos de Luzia, que podem servir como base para restauração do que foi encontrado.”
Mesmo antes do incêndio, o grupo já estudava materiais alternativos para a impressão - o objetivo era economizar, pois os materiais importados eram mais caros.
Incêndio destrói o Museu Nacional no Rio de Janeiro
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Incêndio destrói o Museu Nacional no Rio de Janeiro
Quando o fogo começou, a visitação ao museu já havia sido encerrada e estavam no prédio quatro vigilantes, que não se feriram Foto: Marcos Arcoverde/Estadão
Incêndio destrói o Museu Nacional no Rio de Janeiro
O Museu Nacional foi fundado por D. João VI e tinha como um dos atrativos o quarto onde dormia o imperador D. Pedro II, no Palácio de São Cristóvão Foto: Marcos Arcoverde/Estadão
Incêndio destrói o Museu Nacional no Rio de Janeiro
Dois andares foram totalmente destruídos, e parte do teto, que era de mandeira, desabou Foto: Marcelo Sayão/EFE
Incêndio destrói o Museu Nacional no Rio de Janeiro
Com um dos mais importantes acervos de história natural da América Latina, o Museu Nacional chegou ao bicentenário com goteiras, infiltrações, salas v... Foto: Marcelo Sayão/EFEMais
Incêndio destrói o Museu Nacional no Rio de Janeiro
O museu é especializado em história natural e o mais antigo centro de ciência do País Foto: Marcelo Sayão/EFE
Incêndio destrói o Museu Nacional no Rio de Janeiro
Inaugurado em 1818, o museu completou 200 anos em junho Foto: Marcelo Sayão/EFE
Incêndio destrói o Museu Nacional no Rio de Janeiro
O presidente Michel Temer, em not, lamentou o incêndio que atinge o Museu Nacional, destacando o episódio como 'incalculável'perda para o Brasil Foto: Marcelo Sayão/EFE
“Quando vimos toda aquela cinza, aquela enorme quantidade de matéria prima que ia para o lixo, tivemos a ideia de testar como material alternativo para a impressão”, explicou. “Todo mundo achou isso o máximo; e, sentimentalmente, é legal mesmo, é bonito. Quando imprimimos uma Luzia, é um símbolo aliado a outro símbolo.”