Objetivo é evitar confrontos entre as facções e milícias dentro do presídio e acalmar os detentos
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Por Constança Rezende
Atualização:
RIO - A Secretaria de Administração Penitenciária do Rio (Seap) já remanejou cerca de 400 detentos entre as cadeias do Complexo Penitenciário de Bangu, na zona oeste, nesta semana. O objetivo é evitar confrontos entre as facções e milícias dentro do presídio e acalmar os detentos.
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As transferências começaram no último dia 9. A principal mudança foi feita na penitenciária Lemos Britto, o Bangu 6. O local abrigava traficantes do Terceiro Comando Puro (TCP), milicianos e ex- policiais militares, que ficavam em alas diferentes. Com a mudança, apenas os traficantes do TCP ficarão no local.
Segundo funcionários do sistema penitenciário ouvidos pelo Estado, os próprios presos do TCP pediram a medida e foram atendidos pela Seap. Os presos do local estariam com "ânimos exaltados", e o clima estaria tenso.
Relembre massacres em presídios pelo País
1 / 13Relembre massacres em presídios pelo País
Penitenciária Agrícola de Monte Cristo
31 presosforam mortosna madrugada do dia 6 de janeiro naPenitenciária Agrícola de Monte Cristo, em Roraima. O massacre ocorreu cinco dias após a morte... Foto: REUTERS/JPavaniMais
Compaj
Compaj, Manaus-AM, 2 de janeiro de 2017.Um sangrento confronto de facções no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus, deixou56 mortos ... Foto: Edmar Barros/Futura PressMais
Carandiru
Carandiru, São Paulo-SP, 2 de outubro de 1992.Na véspera das eleições municipais, 111 presos foram mortos durante a invasão da Tropa de Choque da Polí... Foto: Hélvio Romero/EstadãoMais
Carandiru
Carandiru, São Paulo-SP, 2 de outubro de 1992.Multidão de parentes e curiosos lota a entrada da Casa de Detenção de São Paulo, em Santana, na zona nor... Foto: Heitor Hui/EstadãoMais
Carandiru
Carandiru, São Paulo-SP, 5 de outubro de 1992.Presos penduram faixa demonstrando luto no Complexo Penitenciário do Carandiru, três dias após o massacr... Foto: Itamar Miranda/EstadãoMais
Carandiru
Carandiru, São Paulo-SP.Vista aérea de detentos na Penitenciária do Estado no Complexo do Carandiru durante a ocorrência uma série de rebeliões em div... Foto: Monica Zarattini/EstadãoMais
Carandiru
Carandiru, São Paulo-SP, 2 de outubro de 1992.O massacre no Carandiru registrouo maior número de mortos em presídios brasileiros na história. Foto: Epitácio Pessoa/Estadão
Pedrinhas
Pedrinhas, São Luís-MA, novembro de 2010.O Complexo Penitenciário no Maranhão teve uma rebelião que resultou em 18 presos mortos por rivais. O local t... Foto: Márcio Fernandes/EstadãoMais
Pedrinhas
Pedrinhas, São Luís-MA, novembro de 2010.Detento durante banho de sol no Complexo Penitenciário de Pedrinhas. Foto: Márcio Fernandes
Urso Branco
Urso Branco,Porto Velho-RO, 3 de janeiro de 2002.Vinte e setedetentos foram mortos por outros presos quando a Polícia Militar entrou na Casa de Detenç... Foto: Dida Sampaio/EstadãoMais
Urso Branco
Urso Branco,Porto Velho-RO, 3 de janeiro de 2002.Rebelados no telhado do PresídioUrsoBranco, em Porto Velho, no Estado de Rondônia, exibem faixas, enq... Foto: Dida Sampaio/EstadãoMais
Casa de Custódia Benfica
Benfica, Rio de Janeiro/RJ, 2 de junho de 2004.Uma batalha que durou mais de 60 horas entre duas facções criminosas terminou com 31 presos e um agente... Foto: Marcos de Paula/EstadãoMais
Benfica
Benfica, Rio de Janeiro/RJ, 2 de junho de 2004.Fuga e rebelião na Casa de Custódia de Benfica, antigo Ponto Zero, na zona da Leopoldina, zona norte do... Foto: Marcos D'PaulaMais
Para isso, o presídio Bandeira Stampa, Bangu 9, precisou ser esvaziado, para receber milicianos e os ex-PMs que foram transferidos para lá. Alguns policiais ainda não aceitaram fazer a mudança, pois temem ficar junto com milicianos. A Seap tem conversado com esses presos para convencê-los da mudança.
Os chamados "presos comuns", que estavam em Bangu 9, foram transferidos para as cadeias Evaristo de Moraes, em São Cristóvão, zona norte, e Japeri, na Baixada Fluminense. Segundo o presidente do Sindicato dos Servidores do Sistema Penal do Rio de Janeiro, Gutemberg de Oliveira, a mudança foi positiva para evitar confrontos como os de Manaus e Roraima.
"Foi uma decisão acertada da Seap para evitar qualquer rebelião, disputa ou briga. A administração optou por bem deixar o Lemos Britto com o Terceiro Comando. Assim, se acontecer algum problema, fica mais difícil de conter. A questão da facção é uma realidade do Rio e do Brasil e no Brasil. Só que aqui o risco de dano na integridade é grande", disse Gutemberg.
Atualmente, há 50.555 presos no complexo, que comporta apenas 27.242 detentos. Deste número, 23.313 são presos provisórios, de acordo com números da Seap. Também há presos das facções Comando Vermelho (CV) e do Amigos dos Amigos (ADA). Eles ficam em presídios diferentes dentro do complexo.
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Questionada sobre as transferências, a Seap respondeu que "as informações não são divulgadas por medidas de segurança".