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Rio tem tumulto e depredação em protesto contra alta da tarifa

Ao menos um ônibus foi depredado, um ponto de ônibus acabou destruído e uma agência bancária teve os vidros quebrados

Por Fabio Grellet e Alfredo Mergulhão
Atualização:
Confusão começou ao final do protesto contra reajuste da tarifa no Rio Foto: FABIO MOTTA/ESTADÃO

RIO - Pelo menos um ônibus foi depredado, um ponto de ônibus acabou destruído e uma agência bancária teve os vidros quebrados durante tumulto no centro do Rio de Janeiro, na noite desta sexta-feira, 8. Um homem foi detido acusado de atirar pedras contra policiais militares. Até as 22h50, não havia registro de pessoas feridas. A confusão começou por volta das 20h20, ao final de um protesto contra o reajuste da tarifa dos ônibus municipais, que subiu de R$ 3,40 para R$ 3,80 no último dia 2.

Segundo os organizadores do ato, cerca de 2 mil manifestantes participaram do protesto, que começou na Cinelândia e seguiu pacífica até a estação ferroviária Central do Brasil, no centro. Ali, já ao final do ato, pessoas começaram a atirar pedras e rojões contra guardas municipais e policiais militares, que revidaram com bombas de efeito moral e de gás pimenta.

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O tumulto se estendeu pela Avenida Presidente Vargas e pelas ruas próximas, onde o enfrentamento entre policiais e vândalos continuou. Dois acessos à estação de metrô da Central foram fechados. A interdição de ruas pela Polícia Militar (PM) obrigou os ônibus que têm ponto ao redor da ferrovia a mudar seus trajetos. A situação causou grande transtorno a quem queria embarcar nos ônibus.

A confusão inicial durou cerca de 10 minutos e fez muita gente correr para dentro do saguão da Central do Brasil, que por alguns minutos ficou tomada pelo cheiro de gás pimenta. Por causa da confusão, os manifestantes se dispersaram, mas grupos de vândalos mascarados se espalharam pelo centro, causando tumulto e depredações.

Atrás da Central do Brasil, próximo a um terminal rodoviário, mais de dez bombas de efeito moral foram lançadas pelos policiais militares para conter os manifestantes. Um ônibus da viação Reginas foi esvaziado e depredado pelos manifestantes. A PM impediu que o veículo fosse incendiado. 

Manifestantes fizeram pelo menos três barricadas, ateando fogo em lixo para impedir a aproximação dos policiais, e os confrontos se estenderam pela noite.

Na Avenida Rio Branco, ao menos duas bombas de efeito moral foram atiradas por policiais militares contra manifestantes mascarados, que jogavam pedregulhos contra eles. Uma agência bancária situada entre a Presidente Vargas e a Rua da Alfândega foi depredada. No trecho, os manifestantes montaram uma barricada de lixo, incendiando-a em seguida.

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Ainda na Rio Branco, os mascarados, armados com paus e pedras, derrubaram telas e tapumes de proteção das obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), cujos trilhos estão sendo instalados. Os tapumes foram atravessados na pista, para dificultar a aproximação dos policiais militares que perseguiam os envolvidos no quebra-quebra.

Protesto. Convocada por entidades estudantis, de trabalhadores e da sociedade civil, além de partidos políticos como o PSOL e o PSTU, a manifestação começou às 17 horas, na Cinelândia. Tinha como principal reivindicação o cancelamento do aumento da tarifa de ônibus no Rio. Os manifestantes seguiram em caminhada até a Assembleia Legislativa do Estado do Rio (Alerj) e depois partiram para a Central do Brasil, onde duas pistas da Avenida Presidente Vargas foram interditadas, complicando o trânsito no centro.

No trajeto, os manifestantes entoaram coros como “eta, eta, eta, se não baixar a tarifa a gente pula a roleta”. Um grupo de aproximadamente 20 homens vestidos com roupas pretas, usando máscaras e com bandeiras com o símbolo anarquista era o mais vigiado pelos policiais.

Embora o protesto tivesse o transporte público como tema principal, as reivindicações de cada grupo participante eram múltiplas, com críticas aos governos municipal, estadual e federal e aos políticos em geral. O prefeito Eduardo Paes (PMDB) foi criticado em vários discursos. O governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) foi menos citado, mas também recebeu críticas. Embora figurassem em muitos cartazes e faixas como alvo de críticas, a presidente Dilma Rousseff (PT) e o deputado federal Eduardo Cunha (PMDB) não foram citados nos discursos.