Rio vai deixar de exigir máscaras em espaços fechados a partir desta terça-feira

Prefeito Eduardo Paes anunciou decisão, que será publicada no Diário Oficial. Secretário diz que capital fluminense tem baixa taxa de transmissão da covid-19

PUBLICIDADE

Por Roberta Jansen
Atualização:

A partir desta terça-feira, 8, o uso de máscaras em espaços fechados no Rio de Janeiro não será mais obrigatório. O anúncio foi feito há pouco pelo prefeito Eduardo Paes, em nota publicada em uma rede social após reunião com o Comitê Científico do Municipio. A decisão será publicada no Diário Oficial desta terça. O uso de máscaras já era facultativo em espaço aberto desde outubro.

Pessoas circulam pela orla do Rio. Máscaras em locais abertos já eram dispensadas pela prefeitura da cidade Foto: Wilton Junior/Estadão

PUBLICIDADE

“Cumprindo as determinações do Comitê Científico amanhã sai decreto acabando com a obrigatoriedade de máscara em espaços abertos e fechados”, escreveu o prefeito. “Com um esforço para vacinar aqueles que podem tomar a dose de reforço, em três semanas acabamos também com o passaporte.”

O secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, justificou a decisão explicando que o Rio tem a menor taxa de transmissão do Sars-CoV2 desde o início da pandemia, de 0,3. O percentual de testes de diagnóstico dando positivo também está baixo, menor do que 5%, com uma redução gradativa ao longo da semana.

SP avalia flexibilização ao ar livre

O Estado de São Paulo pode anunciar nesta semana o fim do uso obrigatório de máscaras ao ar livre. Segundo o governador João Doria (PSDB), a medida será avaliada nesta terça-feira, 8, pelo comitê de especialistas que desde o início da pandemia de covid-19 auxilia o governo.

O Estadão apurou que integrantes do governo e do grupo científico são a favor da liberação provavelmente após o dia 10, desde que os índices de internações e mortes continuem a cair - e não tenha havido aumento no carnaval.

Já a retirada das máscaras nas escolas enfrenta um impasse dentro do governo. O tema também será discutido na mesma reunião, com a possibilidade de flexibilização em momentos de recreio ou educação física, segundo fontes. A ideia é que a proteção seja retirada de maneira gradual nas instituições de ensino.

Publicidade

Ao menos cinco Estados já tornaram facultativo o protetor facial contra a covid-19. Em dois Estados – Rio Grande do Sul e Santa Catarina – crianças estão liberadas do uso inclusive nas escolas. Santa Catarina, assim como Mato Grosso do Sul, Maranhão e Rio de Janeiro já não obrigam o protetor facial em ambientes abertos. No Distrito Federal, o uso de máscaras deixará de ser obrigatório em locais abertos a partir de segunda-feira, 7.

Liberação não é consenso entre especialistas

O fim da obrigação do uso de máscaras não encontra consenso entre especialistas em saúde. A proteção facial tem sido desde o começo da pandemia uma aliada no combate ao vírus ao ajudar na contenção da propagação da doença. 

CONTiNUA APÓS PUBLICIDADE

"Obviamente, em algum momento, com a melhora da pandemia, a gente vai poder flexibilizar o uso de máscaras. A questão toda é saber justamente qual é o objetivo que se quer atingir para poder considerar que é seguro tirar as máscaras. Embora a taxa de infecções esteja caindo, nós ainda temos uma taxa relativamente alta. Talvez nesse momento ainda seja mais seguro manter a obrigatoriedade por um período de mais duas, três, quatro semanas, sobretudo para avaliar o impacto do período de carnaval", disse o infectologista Alexandre Zavascki, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Su (UFRGS), ao Estadão na semana passada. 

O professor Unaí Tupinambás, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), destacou a necessidade de se acompanhar a evolução da doença no território. "Não é cedo para flexibilizar o uso de máscaras em ambiente aberto, contanto que alguns indicadores sejam observados. Para a decisão de adotar a medida em Belo Horizonte, foram levados em conta uma série de aspectos. A questão é que falta padronização para a adoção de políticas em outras cidades e Estados durante a pandemia. É o preço que pagamos por não ter uma centralização pelo Ministério da Saúde." /COLABORARAM JOSÉ MARIA TOMAZELA, RENATA OKUMURA, ITALO LO RE, RENATA CAFARDO E PEDRO VENCESLAU

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.