Roubos de rua aumentam 68% no Rio

Os homicídios também tiveram aumento de 15% em relação a agosto do ano passado; foram registrados 386 casos

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Por Clarissa Thomé
Atualização:
O aumento da criminalidade vem sendo sentido ao longo de todo o ano Foto: Estadão

RIO - Os roubos de rua tiveram aumento de 68% no Rio em agosto, quando se realizaram os Jogos Olímpicos, em relação ao mesmo mês do ano passado. Foram registrados 11.032 roubos a pedestres, em coletivos e roubos de telefones celulares, ante 6.562 casos em agosto de 2015. Mesmo com todo o esquema de segurança, com 85 mil agentes nas ruas, os roubos foram maiores do que em julho, quando houve 10.701 roubos de rua. Os dados foram divulgados pelo Instituto de Segurança Pública.

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O aumento da criminalidade vem sendo sentido ao longo de todo o ano. O número de assaltos nas ruas entre janeiro e agosto (80.731) se aproxima de todos os registros feitos no ano passado (85.280).

A auxiliar de publicidade Camila Rodrigues, de 26 anos, vai engrossar essa estatística. Ela foi assaltada por dois homens armados quando chegava à estação de trem de Anchieta, na zona norte, às 6h30, desta sexta-feira, 23. “Quando eu vi a moto, tentei correr. Porque se você mora em um bairro perigoso, você tem medo quando vê uma moto. Mas eles aceleraram e me cercaram”, contou.

Ela entregou a bolsa e ainda assim foi revistada, porque os assaltantes queriam se certificar de que ela havia entregue também o celular. “Perdi carteira, documentos, tudo. Com a greve dos bancos, não consigo nem sacar o salário. A polícia sabe que ali tem muito assalto, mas não tem nenhum carro fazendo patrulha pela manhã”.

Os homicídios também tiveram aumento de 15% em relação a agosto do ano passado. Foram registrados 386 casos, ante 336 no mesmo mês de 2015. No acumulado de janeiro a agosto, o aumento foi de 17,4% (2.747 em 2015; 3.224 em 2016). As mortes em decorrência de ação policial tiveram aumento de 19,2% (de 459 em 2015; para 547, em 2016). A Anistia Internacional já havia divulgado relatório que apontava para o crescimento das mortes nas operações policiais ocorridas às vésperas da Olimpíada. Também houve mais policiais civis e militares mortos em serviço - foram 19 em 2015, e 25 este ano.

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