22 de outubro de 2015 | 22h53
RIO - Um vigilante de 38 anos foi rendido e torturado por quatro milicianos na Favela do Aço, em Santa Cruz (zona oeste do Rio), na última quarta-feira, 21. Após duas horas e meia com as mãos amarradas e sob a mira de armas, ele foi abandonado porque policiais civis se aproximaram do local onde ele estava e os criminosos fugiram.
Desempregado, casado e pai de três filhos, o vigilante foi à favela para pesquisar um emprego, mas os milicianos imaginaram que se tratava de um informante da polícia ou de traficantes.
"Perguntaram se eu era mandado de quem. Eu falei que ninguém. Entrei automaticamente no carro, baixei a minha cabeça. Me levaram até determinado local, me amarraram e foram cruéis, muito violentos de falarem que iam cortar minha cabeça, que iam me picotar, várias coisas, coisa ruim mesmo. Acharam que eu era informante da polícia ou do tráfico. Eu ali só pedia a Deus. Falaram 'não estou nem aí para seus filhos'. Eles são muito cruéis, não têm dó, não têm pena, nem coração", contou a vítima ao Jornal Nacional, da TV Globo.
A tortura só foi interrompida porque policiais da Delegacia de Homicídios e da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e de Inquéritos Especiais (Draco-IE) promoviam uma operação nas imediações e se aproximaram do local onde o vigilante era mantido refém.
Até a noite desta quinta, nenhum dos envolvidos na tortura foi identificado ou preso.
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