Adriana Ferreira Almeida, de 29 anos, acusada pela morte do marido, que ganhou R$ 52 milhões na Mega Sena, entrou com pedido de habeas-corpus no Supremo Tribunal Federal (STF). Este é o quinto pedido de habeas-corpus feito pela defesa de Adriana, principal suspeita pela morte do marido, René Senna, que ganhou na loteria em julho de 2005 e foi assassinado em 4 de janeiro de 2007. Ela quer ter o direito de responder em liberdade no processo que investiga a morte de René. Outras cinco pessoas são acusadas pela morte dele. Adriana alega que precisa cuidar de filhos menores, um deles portador de hemofilia. A defesa argumenta, ainda, que ela precisa cuidar dos filhos, que passaram a freqüentar uma escola pública, o que seria perigoso já que o padastro deixou uma fortuna milionária. Cronologia do caso » Julho de 2005: René Senna, ex-lavrador e ex-açougueiro de Rio Bonito, ganha sozinho o prêmio de R$ 52 milhões da Mega Sena » Janeiro de 2006: René, então com 53 anos, se casa com a cabeleireira Adriana Almeida, de 28 anos » Janeiro de 2007: Adriana paga R$ 300 mil por uma cobertura no Arraial do Cabo (RJ). No documento de compra e venda, diz não ser casada nem ter relacionamento estável » 4 de janeiro: O casal briga, e Adriana deixa a fazenda de R$ 9 milhões onde morava com o marido » 7 de janeiro: René Senna é morto com quatro tiros de pistola à queima-roupa no Bar do Penco » 12 de janeiro: Acusada pela única filha de René, Renata, de ser a mandante do crime, Adriana depõe na delegacia de Rio Bonito. A polícia pede quebra do sigilo bancário e telefônico da ex-cabeleireira » 27 de janeiro: O motorista de van Robson de Oliveira, de 27 anos, diz em depoimento de seis horas que ele e a viúva se conhecem há três anos, já namoraram, reataram em setembro e passaram o réveillon juntos em Arraial do Cabo » 29 de janeiro: Adriana admite que mentiu e pede pra refazer declarações à polícia » 30 de janeiro: Adriana é presa sob acusação de envolvimento no crime » 1º de fevereiro: Dois policiais militares que trabalharam como seguranças de René Senna foram presos, sob suspeita de participação no crime » 2 de fevereiro: O ex-policial militar Anderson Silva de Souza, que atuou como segurança do milionário, se entrega para a polícia, é preso e considerado suspeito » 5 de fevereiro: Prisão da professora de educação física Janaína da Silva Oliveira, mulher do ex-policial militar Anderson Silva de Souza - apontado como possível executor do assassinato - e amiga da viúva de Senna, Adriana Almeida. » 6 de fevereiro: O último suspeito, o motorista Edney Gonçalves Pereira, se entrega à polícia e nega participação no crime. » 8 de fevereiro: Depoimento de Creuza Ferreira Almeida, mãe de Adriana, reforça indícios de que ela tenha ligações com a morte de René e do PM Davi Vilhena. Creuza declarou que o ex-PM Anderson da Silva Souza, acusado de ser o autor do crime, tinha ciúmes de Vilhena com o patrão. » 14 de fevereiro: Justiça nega pedido de habeas-corpus de Adriana. Decisão levou em consideração conversas telefônicas que indicaram que ela tentou atrapalhar as investigações sobre o caso. » 26 de fevereiro: Polícia do Rio faz a reconstituição do crime, no dia 7 de janeiro, na cidade de Rio Bonito. » 27 de fevereiro: Juíza prorroga por 30 dias a prisão dos seis envolvidos no caso. » 21 de março: Calisto Fernandes dos Santos Filho, de 66 anos, tio de René Senna, é encontrado morto na carceragem da Polinter, no Rio. Preso por estupro, ele estaria alojado na mesma cela de Anderson Silva de Sousa, ex-PM e ex-segurança de René, um dos suspeitos de ter participado do assassinato do milionário. O delegado responsável pelo caso informa que a Delegacia de Homicídios não vai investigar a morte pois não há indícios de que a morte tenha ligação com o assassinato de René. » 26 de março: A polícia conclui o inquérito que investiga a morte e acusa Adriana como mandante do crime. » 3 de abril: Após a conclusão do inquérito, a juíza Renata Gil da Segunda Vara de Rio Bonito, ouve os seis acusados pela morte de René Senna. A defesa de Adriana entrou com pedido de revogação da prisão preventiva no Fórum de Rio Bonito (RJ). » 6 de junho: A ministra Laurita Vaz, do STJ, negou provisoriamente liminar do terceiro habeas-corpus pedido por Adriana Almeida. De acordo com o STJ, Adriana está presa por suspeita de ser a mandante do crime. » 3 de agosto: O STJ extinguiu o processo de habeas-corpus movido por Adriana, que tinha recorrido da decisão do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, que já havia negado sua liberdade.