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Jornal e jornalista precisam publicar uma retratação pela abordagem incorreta do autismo. Se você concorda,
. E compartilhe. Abaixo, uma carta aberta. Caro Rui Martins. Caros editores do Correio do Brasil. O Brasil tem 46 milhões de cidadãos com deficiência. E aproximadamente 2 milhões têm o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). Notem que são PESSOAS que vivem, estudam, trabalham, viajam, se divertem, passeiam, vão ao banheiro, fazem sexo e tudo mais que uma PESSOA faz. Sim, são PESSOAS que enfrentam desafios diários, que vencem obstáculos criados pela falta de acessibilidade, pela ausência de inclusão real e, principalmente, pela falta de conhecimento. E a falta de entendimento sobre o universo da pessoa com deficiência gera preconceito e exclusão, resulta em avaliações estigmatizadas, classifica PESSOAS com deficiência em uma 'categoria' inferior.
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Infelizmente, mesmo em 2016, jornais, revistas, sites, emissoras de TV e de rádio, e outras publicações em geral, insistem em manter uma visão desinformada, preconceituosa, absolutamente burra sobre o universo da pessoa com deficiência, contribuindo para ampliar o preconceito e a exclusão. E o artigo publicado pelos senhores no último dia 18 de abril com o título
é mais um exemplo dessa desinformação, de um inacreditável retrocesso, de uma total falta de respeito com pessoas que têm autismo, além de poder ser considerado criminoso, com base no artigo nº 88 da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, que entrou em vigor em janeiro deste ano (pesquisem, OK?). Imagino que, em suas posições profissionais privilegiadas e na longa jornada dos senhores no jornalismo, já tenham lido um mínimo de linhas sobre o tema. Se ainda não tiveram a oportunidade, sugiro que mergulhem profundamente no assunto, consultem pessoas que são autistas, seus familiares e amigos. Façam uma imersão e descubram como é realmente esse universo.
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Acredito que esse aprofundamento fará com que cada um dos senhores entenda a revolta que provocam textos burros e preconceituosos, como esse assinado pelo nobre colega, em pessoas que convivem com o autismo e sabem que basta uma linha errada, apenas uma avaliação desinformada, para destruir o trabalho contínuo em busca do entendimento e da inclusão. Não vou defender aqui a retirada desse texto obtuso do ar porque acredito na liberdade de expressão, mas todos vocês devem muitas desculpas. Não para a presidente Dilma, o PT, o site 247 e os blogueiros. Peçam desculpas a todas as pessoas com deficiência, especialmente para quem é autista. Por favor, antes de escrever uma letra sobre o universo da pessoa com deficiência, leiam, pesquisem, atualizem o vocabulário. E lembrem-se de Rui Bianchi, que disse: "É vergonhoso quando o jornalista desconhece nossas conquistas garantidas por lei". Sim, é absolutamente vergonhoso.
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