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População acende luzes em homenagem a Marielle e Anderson

Câmara dos Vereadores, no Centro, onde vereadora cumpria mandato parlamentar, foi um dos pontos de concentração do movimento

Foto do author Roberta Jansen
Por Roberta Jansen , Roberta Pennafort e Renata Batista
Atualização:

RIO - A morte da vereadoraMarielle Franco (PSOL) e do seu motorista Anderson Gomes foi lembrada no início da noite desta segunda-feira, 2, em diferentes pontos do Rio de Janeiro, com o evento Luzes para Marielle e Anderson. Via redes sociais, a população foi convidada a acender uma luz – vela, celular, isqueiro -- às 19 horas para as vítimas do crime que aconteceu em 14 de março.

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A Câmara dos Vereadores, no centro, onde Marielle Franco cumpria mandato parlamentar, foi um dos pontos de concentração do movimento. A companheira de Marielle, a arquiteta Mônica Benício, estava em frente à escadaria da Câmara, onde acendeu uma vela. No local do crime, no Estácio, várias velas foram acesas na calçada.

As homenagens ocorreram também em São Paulo, Paraná, Minas Gerais e Piauí. Foto: Deputado Chico Alencar/Reprodução

O deputado estadual do PSOL Marcelo Freixo afirmou que estaria em frente à Assembléia Legislativa do Rio (Alerj), também no centro, antes de seguir para um evento com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Circo Voador. Nas escadarias da Alerj, também foram acesas velas. “É uma luz para este País, para que a gente possa ter um momento de mais clareza”, disse o deputado.

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As homenagens não se limitam ao Rio de Janeiro. Elas foram confirmadas em diversos Estados (São Paulo, Paraná, Minas e Piauí, entre eles) e em pelo menos quatro países: Estados Unidos, Itália, Peru e Equador.

'Crime foi atentado à democracia'

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A arquiteta Mônica Benício, viúva da vereadora Marielle Franco (PSOL), disse que o crime foi “só mais um dos atentados à democracia” que o País está sofrendo. Ela participou de um ato com a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), cujo habeas corpus será julgado pelo Supremo Tribunal Federal nesta quarta-feira, 4.

“Eu estou aqui na pior condição da minha vida, de viúva. Esse era o lugar de fala da minha mulher. Estar aqui, falando em nome dela, é uma prova de amor. O assassinato da Marielle foi só mais um dos atentados à democracia que a gente vem sofrendo. É inaceitável”, disse Monica, ladeada por Lula e parlamentares de partidos de esquerda, PT, PSOL, PCdoB, PCO, PSB e PDT.

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“Não é com a morte do corpo da Marielle que a voz dele será calada, porque a Marielle está em cada um de nós. E nós não sairemos das ruas enquanto as nossas mulheres negras, os favelados, o feminismo não for a revolução. Eles mataram uma mulher e ressuscitaram a esperança”, ela afirmou.

Depois puxou um grito de guerra que vem sendo repetido nas manifestações pela memória de Marielle: “Por Marielle eu digo não/ eu digo não à intervenção”. A vereadora era contrária à intervenção federal na segurança, em vigor desde 16 de fevereiro, por acreditar que a medida penaliza a população das favelas.

O ato no Circo Voador, pela liberdade de Lula, foi batizado de “Em defesa da democracia – Justiça para Marielle”, menção à vereadora.

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