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Investigação sobre assassinato de Marielle leva à apreensão de 117 fuzis no Rio

Cada arma chega a valer R$ 30 mil; acusado teria deixado peças desmontadas na casa de amigo, que negou saber das armas

Por Fabio Grellet
Atualização:
Foram recolhidos documentos, celulares, armas, munições e outros objetos Foto: Polícia Civil RJ

RIO - Em meio à investigação sobre os suspeitos de matar a vereadora Marielle Franco (PSOL) e o motorista Anderson Gomes, a Polícia Civil do Rio apreendeu nesta terça-feira, 12, o maior arsenal de fuzis já encontrado no Estado. Foram localizadas 117 armas modelo M-16, desmontadas, que estavam na casa de Alexandre Motta Souza, amigo do PM reformado Ronnie Lessa, denunciado como autor dos disparos que mataram Marielle Franco e Anderson.

As peças, sem os canos, estavam em caixas fechadas. Cada fuzil desse modelo, completo, vale cerca de R$ 30 mil. O arsenal, se estivesse com os canos, valeria R$ 3,5 milhões. Na casa também foram encontradas 500 munições, 3 silenciadores e R$ 112 mil em dinheiro. 

Souza afirmou à polícia que é amigo de Lessa desde a infância. Disse que o PM aposentado pediu que guardasse as caixas, sem dizer qual era o conteúdo delas. Ele foi preso por suspeita de tráfico de armas.

Cada fuzil chega a custar R$ 30 mi Foto: Polícia Civil RJ

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Surpresa

O advogado Leonardo da Luz, que representa Souza, afirmou à imprensa na delegacia que “foi uma surpresa para ele (o cliente) ver o que se encontrava dentro das caixas”. “Ele não tem nada a ver com esse episódio lamentável envolvendo a vereadora.”

A apreensão foi realizada pela Delegacia de Homicídios do Rio e fez parte da Operação Lume. A ação cumpriu 34 ordens de busca e apreensão, resultado da investigação que apura a morte da vereadora e do motorista. A Polícia Civil informou que foram encontrados R$ 50 mil na casa dos pais do policial reformado Ronnie Lessa e R$ 62 mil dentro do carro dele. O grande número de armas e os valores em dinheiro levantaram mais suspeitas.

PARA LEMBRAR No aeroporto, 60 unidades

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A maior apreensão de fuzis realizada pela polícia do Rio era de 60 unidades, encontradas no aeroporto do Galeão, na Ilha do Governador (zona norte). Eles tinham sido enviados de Miami para o Rio escondidos em caixas com aquecedores para piscinas. O carioca Frederik Barbieri foi preso em Miami, em fevereiro de 2018, acusado pela polícia brasileira de ser o responsável pelo tráfico dessas armas. Em julho, ele foi condenado pela Justiça americana a 12 anos e 8 meses de prisão, quando admitiu ter atuado por cinco anos nesta rota. 

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