No retorno de Laíla, Unidos da Tijuca faz desfile luxuoso

Escola foi a sétima e última a se apresentar na primeira noite de samba no Rio de Janeiro

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Por Fabio Grellet e Fernanda Nunes/RIO
Atualização:

Sétima e última escola a se apresentar na primeira noite de desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro, já no amanhecer desta segunda-feira, 4, a Unidos da Tijuca fez uma bela apresentação discorrendo sobre o pão. A agremiação deve brigar pelo título na próxima quarta-feira 6, quando irá ocorrer a apuração.

Unidos da Tijuca é a sétima escola a desfilar na Marquês de Sapucaí. Foto: WILTON JUNIOR

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A exibição marcou o retorno do carnavalesco e diretor de carnaval Laíla à escola do Borel, bairro da zona norte do Rio, após 24 anos na Beija-Flor – durante os quais a escola da Baixada Fluminense conquistou nove títulos. Laíla divide a função de carnavalesco com seu auxiliar Fran Sérgio, que o acompanhou ao sair da Beija-Flor, e três outros componentes que já trabalhavam na Tijuca. Ex-auxiliar de Joãosinho Trinta (1933-2011), o carnavalesco se sentiu desvalorizado pela Beija-Flor e saiu mesmo após conquistar mais um título, em 2018. Acolhido pela Tijuca, na qual já havia trabalhado de 1980 a 1983, neste ano Laíla ajudou a organizar um desfile que superou em qualidade o da Beija-Flor, agora com uma comissão de cinco carnavalescos.

A Tijuca explorou bastante o significado religioso do pão, retratando a santa ceia no carro abre-alas e várias outras passagens bíblicas em alas e encenações – uma das mais impactantes representou o calvário de Cristo antes de ser crucificado. Não faltaram menções ao “pão que o diabo amassou” e ao pão de santo Antônio, que segundo a crença católica deve ser guardado para que nunca falte alimento no lar.

Também foi lembrado o significado do pão na história – a política do pão e circo durante o Império Romano, a importância do produto no eclodir da Revolução Francesa (quando Maria Antonieta teria dito que, se não havia pão, o povo devia comer brioches) e em uma revolta de operárias russas.

A escola esbanjou luxo, com alegorias e fantasias muito bem acabadas, e aproveitou a iluminação natural do amanhecer, que tornou mais visíveis os detalhes. O transcorrer do desfile também foi bastante satisfatório, sem correria nem imprevistos. Ao final, componentes e o público se uniram em um coro de “é campeão”.

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